O que é ser estudante?
Por: Francisco Eugênio Costa Oliveira
Antes de buscarmos definições que justifique a qualificar o que é ser
estudante, é necessário fazer uma reflexão sobre a escola que temos numa
perspectiva de sabermos e qual perfil da escola que queremos.
Na escola que temos nossos alunos são dialéticos, na medida em que ele
conta os dias para a chegada das férias, ele também conta as horas para o
reencontro com os colegas e estrear a farda nova, a mochila e o tênis da moda e
contar os feitos e fatos que marcaram os seus dias de lazer, muitas vezes
aumentando as histórias para mostrar superioridade.
A empolgação dos primeiros dias, logo se acaba e o que era motivador
torna se corriqueiro e repetitivo e a escola passa a ser um tormento dos seus dias.
Tradicionalmente as práticas escolares têm se
constituído em prática de exclusão, o que contribui para a desmotivação e a aversão do aluno,
isso também é evasão, pois ele não está
atingindo os seus objetivos e encontrando as respostas das suas indagações
diante da vida que ele vive.
O aluno é um ser que pensa e se inspira no outro para se firmar na sociedade e ele espera da escola a inspiração necessária
para sua autoafirmação nas instituições que ele está inserido.
O aluno busca no novo a sua identidade social, no desejo de construir o
seu mundo e assumir o seu papel de agente social.
Sendo assim a escola precisa buscar sua
identidade no desejo e nas aspirações da identidade do seu aluno,
proporcionando experiências que valorizem a convivência social, que incentivem
e promovam a cidadania e o desenvolvimento de atividades coletivas.
Temos que
ter a consciência que “Educação é uma prática de liberdade e os educandos,
quando chegam à escola,
na sala de aula, chegam com eles histórias de vida, experiências, saberes,
conhecimentos, formas de interpretar a vida”. E a escola não pode ignorar
esse mundo.
A visão de mundo do estudante
é uma visão própria, onde sua interpretação não pode ser tolhida pela escola, o
que a remete a repensar o seu contexto, não autoritariamente, sem conhecer essa
realidade, determinar os conteúdos com os quais irão trabalhar.
A nossa escola se fundamenta na busca da cidadania, portanto
ela tem que ser uma escola que ensina para e pela cidadania, ela forma o
cidadão que participa na construção da sociedade, um cidadão pleno, não um
cidadão puro de consumidor.
Precisamos nos despir e nos transformar nos conceitos de
cidadania, para juntos construir uma escola verdadeiramente democrática e
cidadã.
Na escola cidadã o conhecimento não é um objeto descartável,
mas uma ação de busca continua.
Portanto, precisamos rever nossos conceitos de escola
e construir a escola que queremos e
sonhamos para atender os interesses do coletivo, onde professor e aluno sejam
sujeitos da construção da sociedade que buscamos viver.
Aos estudantes o nosso mais profundo
respeito, pois eles são os nossos verdadeiros professores e mestres.
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