quarta-feira, 12 de agosto de 2015

O que é ser estudante?
Por: Francisco Eugênio Costa Oliveira
Antes de buscarmos definições que justifique a qualificar o que é ser estudante, é necessário fazer uma reflexão sobre a escola que temos numa perspectiva de sabermos e qual perfil da escola que queremos.

Na escola que temos nossos alunos são dialéticos, na medida em que ele conta os dias para a chegada das férias, ele também conta as horas para o reencontro com os colegas e estrear a farda nova, a mochila e o tênis da moda e contar os feitos e fatos que marcaram os seus dias de lazer, muitas vezes aumentando as histórias para mostrar superioridade.

A empolgação dos primeiros dias, logo se acaba e o que era motivador torna se corriqueiro e repetitivo e a escola passa a ser um tormento dos seus dias.

Tradicionalmente as práticas escolares têm se constituído em prática de exclusão, o que contribui para a desmotivação e a aversão do aluno, isso também é evasão, pois ele não está atingindo os seus objetivos e encontrando as respostas das suas indagações diante da vida que ele vive.

O aluno é um ser que pensa e se inspira no outro para se firmar na sociedade e ele espera da escola a inspiração necessária para sua autoafirmação nas instituições que ele está inserido.

O aluno busca no novo a sua identidade social, no desejo de construir o seu mundo e assumir o seu papel de agente social.

Sendo assim a escola precisa buscar sua identidade no desejo e nas aspirações da identidade do seu aluno, proporcionando experiências que valorizem a convivência social, que incentivem e promovam a cidadania e o desenvolvimento de atividades coletivas.

Temos que ter a consciência que “Educação é uma prática de liberdade e os educandos, quando chegam à escola, na sala de aula, chegam com eles histórias de vida, experiências, saberes, conhecimentos, formas de interpretar a vida”. E a escola não pode ignorar esse mundo.

A visão de mundo do estudante é uma visão própria, onde sua interpretação não pode ser tolhida pela escola, o que a remete a repensar o seu contexto, não autoritariamente, sem conhecer essa realidade, determinar os conteúdos com os quais irão trabalhar.

A nossa escola se fundamenta na busca da cidadania, portanto ela tem que ser uma escola que ensina para e pela cidadania, ela forma o cidadão que participa na construção da sociedade, um cidadão pleno, não um cidadão puro de consumidor.

Precisamos nos despir e nos transformar nos conceitos de cidadania, para juntos construir uma escola verdadeiramente democrática e cidadã.

Na escola cidadã o conhecimento não é um objeto descartável, mas uma ação de busca continua.
Portanto, precisamos rever nossos conceitos de escola e construir a escola que queremos e sonhamos para atender os interesses do coletivo, onde professor e aluno sejam sujeitos da construção da sociedade que buscamos viver.

Aos estudantes o nosso mais profundo respeito, pois eles são os nossos verdadeiros professores e mestres.


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